Prof. Yves Cohen na UFMG

É possível identificar em culturas espalhadas por variadas regiões do mundo palavras e expressões que designam a condição de comando. Contudo, como nos provoca o francês Yves Cohen, o século XX viu aparecer o que se pode chamar de “figura do chefe”  como um dos desdobramentos das revoluções industriais.

Yves CohenYves Cohen é professor na École dês Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris. Estudioso da história da psicologia e da história da ciência e também especialista em gestão governamental e industrial.

Vários fenômenos de massa contemporâneos como o Occupy Wall Street ou a Primavera árabe e os curiosos e engraçados casos de intervenção urbana como os Pillow fight ou os Flash mob ganham as mídias internacionais como movimentos “sem líder”.  Mas, nem sempre foi assim. A Europa do começo do século XX presenciou a ascensão da figura do chefe em países como França, Alemanha, Estados Unidos e União Soviética. O culto ao chefe e a fascinação pelo comando estão no cerne dos movimentos nazista, stalinista, fascista e, também nos movimentos liberais. Em 1895, por exemplo, Gustave Le Bon afirmou que  “os homens numa multidão não podem ficar sem um mestre”. Esse espírito de comando anunciado por Le Bon esteve presente ao longo do século XX marcando-o indelevelmente. Mas, a “figura” do chefe não se restringe à palavra “chefe”. A compreensão mais profunda do “chefe” do século XX passa pela reflexão de suas funções sociais e políticas que são diferentes nos diversos países. Apesar das diferenças, a ideia de chefe ultrapassa as fronteiras nacionais e permitem estudos comparativos. O Prof. Cohen tem se dedicado a comparar práticas relacionadas ao  comando, à autoridade e à hierarquia em diversos países. Ele tem focalizado suas pesquisas na primeira metade do século XX, mais precisamente, entre os últimos anos do XIX até meados da década de 1940.

Algumas perguntas podem nortear a reflexão sobre a figura do chefe: Por que a figura do chefe ganhou tal amplitude a partir do final do século XIX, sobretudo e inicialmente nos países mais desenvolvidos, para se estender depois a todo o mundo? Que características de personalidade são comuns aos líderes? Como a preocupação pelo comando pôde passar de um a outro domínio, da indústria à política, da política à guerra, etc.? Como as formas e o vocabulário puderam ser nacionais e internacionais ao mesmo tempo? Que parte, finalmente, as ciências sociais tomaram na afirmação do chefe, em particular a psicologia e a sociologia?  Como a história da ciência e a história da psicologia podem auxiliar na compreensão do fenômeno “chefe” do século XX?

Livro Yves CohenEssas e outras perguntas serão debatidas por Yves Cohen no auditório do 4º. Andar da Biblioteca Central da UFMG do dia 15 de maio às 10hs.  Logo após o Prof. Cohen autografará seu mais recente livro O século dos chefes: uma história transnacional da autoridade e do comando na primeira metade do século XX (1890-1940).

A visita do Prof. Cohen à UFMG é uma promoção do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff e conta com o apoio do Programa de Pós graduação em Educação e do Departamento de Psicologia da UFMG.

Estão todos convidados!

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