
Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em 15 de junho de 1879, em Paris. Sua trajetória acadêmica passa pelos institutos mais renomados franceses. Foi admitido na Escola Normal Superior e em 1902 formou-se em filosofia. Concluiu o curso de medicina, em 1908, com objetivo de se dirigir à psicologia, a exemplo de seus contemporâneos na França, que para trabalharem com a psicologia obtinham a dupla formação em filosofia e em medicina. Henri Wallon dedicou-se, ao longo de sua carreira, ao estudo da criança, como um caminho para a compreensão do psiquismo humano. Suas contribuições na área da educação são importantes não apenas na França, mas internacionalmente. Ele dedicou-se a diferentes serviços hospitalares e lecionou em diversos institutos de ensino superior franceses, tais como a Sorbonne, onde deu conferências sobre a Psicologia da Criança, e a École Pratique des Hautes Études. Em 1937 foi nomeado professor no Collège de France, onde ocupou a cadeira de Psicologia e Educação da Criança.
Henri Wallon criou um laboratório de Psicologia da Criança em 1922 e uma revista chamada Enfance (infância) em 1948. Para ler artigos de Wallon publicados na Revista Enfance clique aqui.

Henri Wallon participou de instituições como a Sociedade de Psicologia, a qual foi presidente em 1927, o Instituto de Psicologia, como membro do conselho diretor, a Sociedade Francesa de Pedagogia e o Grupo Francês da Escola Nova. Sua obra foi consagrada ao estudo da criança, das condições de seu desenvolvimento, das características de sua conduta e de sua evolução. Henri Wallon foi ativista marxista, tendo-se filiado ao partido socialista e o ao Partido Comunista Francês e sua obra esta conectada a suas convicções políticas. Chegou a ser perseguido pela Gestapo na Segunda Guerra. Em 1944, ele foi nomeado Secretário da Educação Nacional e de 1945 a 1946 atuou como presidente da comissão de reforma educacional. Foi neste período que elaborou, junto com Longevin, o Plano Langevin-Wallon. O projeto de reforma do ensino francês, mesmo não tendo sido implementado, tem sido considerado um dos mais completos e originais do século XX. Atualmente, alguns estabelecimentos escolares da França levam o seu nome. Henri Wallon visitou o Brasil em 1935, onde deu conferencias no Rio de Janeiro, em Sao Paulo e na Bahia. Segundo o sociólogo Gilberto Freire, que o recebeu no Rio de Janeiro, passaram “o dia todo correndo escolas e o morro da Mangueira”. Porém, sua obra não recebeu grande atenção pela comunidade científica e educacional brasileira daquela época.

Wallon possuía em sua casa, uma respeitável coleção, com obras de artistas como Auguste Renoir, Henri Matisse e Paul Signac. Segundo o próprio Wallon
“Há um grande parentesco entre o artista e o cientista. O cientista tem necessidade de mais imaginação do que costuma-se supor. Ele precisa remanejar a realidade para compreendê-la. O artista precisa desarticulá-la para reafirmá-la à sua maneira”.
Para conhecer mais sobre sua obre clique aqui. Henri Wallon faleceu na cidade de Paris, no dia 1 de dezembro de 1962, aos 83 anos de idade.

Marie Bonaparte nasceu em 2 de julho de 1882, em Saint-Cloud, na França. A partir de seu interesse pela psicanálise iniciou a leitura de textos de Freud, com quem começou a corresponder-se. Tornou-se sua paciente, em 1925, e além de treze anos de análise, tornou-se não apenas a primeira psicanalista francesa, mas ajudou a traduzir e a divulgar a obra de Freud na França, sendo sua representante em Paris. Ela foi co-fundadora da Sociedade Psicanalítica de Paris, criada em 4 de novembro de 1926 e no ano seguinte, fez doações que possibilitaram a criação da Revista Francesa de Psicanálise, onde ela publicou artigos. Grande parte de sua obra volta-se aos mistérios da sexualidade feminina.
Marie Bonaparte foi uma defensora da análise leiga, ou seja, praticada por não médicos. Em 1936 ela comprou a correspondência Freud-Fliess, que foi publicada após da morte de Freud. Para conhecer mais sobre tal correspondência, clique aqui. Sua influência foi fundamental na retirada de Freud e sua família da Áustria, ocupada por nazistas, durante a segunda guerra mundial.

Seu sobrenome famoso tem uma explicação: ela era sobrinha neta do Imperador Napoleão Bonaparte I. Segundo ela mesma “Se alguém for escrever a história da minha vida ela deve ter como título ‘A última Bonaparte’, pois sou a última. Meus primos da linha imperial são apenas Napoleões”.
Marie Bonaparte faleceu aos 80 anos de idade no dia 21 de setembro de 1962, em Saint-Tropez, na França.